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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Pedagoga, Psicopedagoga Clínica e Institucional graduada e pós graduada pela Universidade FUMEC e FEAD, professora do ensino fundamental. Atuando em consultório.

Incentivo a Leitura

Imagine uma escola em que as crianças topam com um livro a toda a hora. Quando querem procurar algo para fazer, lá estão os exemplares, disponíveis. Se é hora de procurar informações, também estão eles lá, como opções. Para incentivar a escrita, contar histórias, eles são as estrelas. E aqui, estamos falando de literatura: uma história que faça o leitor viajar, encontrar com medos, ver suas dúvidas, dar muita risada, descobrir o mundo. E treinar muito, claro, sua capacidade de leitura, de entendimento, de prazer com o livro.
Crianças que convivem em ambientes de leitores e para as quais adultos lêem com freqüência, interessam-se mais pela leitura e desenvolvem-se com maior facilidade nesta área. CRESCER conversou com educadores, pedagogos, críticos de literatura infantil e especialistas em programas de incentivo à leitura e listou aqui o que pode fazer uma escola ser realmente parceira nesta bela empreitada.

Leitura diária

Em muitas escolas, é comum a leitura diária de história, desde o primeiro ano de vida da criança. “Lendo, discutindo trechos da história e chamando a atenção para as ilustrações, favorecemos aspectos fundamentais da leitura, como compreensão de texto, seqüência narrativa, personagens e espaço”, diz Maria de Remédios Ferreira Cardoso, vice-diretora da Educação Infantil da Escola Móbile (São Paulo, SP). Mesmo as crianças já alfabetizadas devem ser expostas a leituras, que, neste caso podem ser compartilhadas em classe e acompanhadas de discussão do texto, dos elementos que o compõem e de análise do enredo.

Oportunidade de manuseio de livros

Para que as crianças adquiram intimidade com os livros, é importante terem oportunidades de tocá-los, sem a intervenção de adultos. Fica tudo no ritmo da criança.

Acervos diversificados

Os livros devem ser diferentes, adequados à idade dos alunos, constantemente atualizados e bem conservados. As visitas à biblioteca devem fazer parte da rotina das crianças e, no local, é importante haver um profissional capaz de orientar os alunos e estimular a leitura de obras adequadas.

Os livros deles

Para as crianças, a possibilidade de levarem para a escola seus livros preferidos é um grande estímulo. Muitas escolas incentivam a prática, lendo em sala os livros dos alunos. Isso fará com que eles com compartilhem com os amigos e, quem sabem, emprestem um para o outro.

Pais como parceiros

As escolas devem chamar os pais como aliados no estímulo à leitura. Podem ser indicações em conversas, via internet ou em reuniões. Ou colocar livros à disposição na escola e convidar os pais a conhecer o acervo.

Visita de autores

Encontros com autores são positivos para as crianças adquirirem maior intimidade com seus livros, histórias e personagens e perceberem que criar histórias é inclusive uma profissão. Mas a escolha precisa ser bem cuidada: de preferência, a escolha deve partir – ou pelo menos ser muito bem aprovada – pelas crianças. Nada de fazer as crianças conhecerem o autor indicado somente porque ele vai lá. O bacana é oferecer, ver o que agrada e contatar as editoras.

Professores leitores e atualizados

Para atuar na formação de novos leitores, ninguém melhor do que professores leitores., nem a contratação de um professor deve ser efetivada caso ele não se revele um leitor ativo. “O trabalho feito por professores não leitores pode prejudicar o vínculo da criança com o livro, pois quem não garimpa livros antes da indicação e da adoção, nem sempre vai escolher títulos realmente capazes de sensibilizar os alunos”, diz Sueli Cagneti, professora de Literatura Infantil e Juvenil da Universidade da Região de Joinville (SC). Elizabeth Serra, pedagoga e Secretária Geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, concorda e acredita que a escola deve promover grupos de leitura entre professores, como parte de um projeto de formação continuada.

Leituras obrigatórias

As leituras obrigatórias parecem ser um recurso inevitável, já que as crianças precisam vivenciar determinadas experiências literárias ao longo da vida escolar. A escola deve procurar, no entanto, fazer dessas leituras algo prazeroso para a criança. A leitura obrigatória pode ser um bom instrumento pedagógico, permitindo que as crianças apresentem seus pontos de vista, diferentes interpretações e opiniões. “Na escola Grão de Chão, utilizamos, por exemplo, uma ficha de avaliação em que a criança diz se adorou, gostou ou não gostou da leitura. Com isso, ela aprende que um texto chato para um, pode ser divertido aos olhos de outro”, afirma Paula Ruggiero, Coordenadora Pedagógica da escola.
Quando for hora de apresentar os clássicos da literatura brasileira e mundial, o empenho em “conquistar” este novo leitor deve continuar.
“Por apresentarem uma linguagem elaborada e tratarem de assuntos por vezes complexos, os clássicos precisam ser mais trabalhados em sala, fazendo trocas de opinião, predição sobre acontecimentos, explicações paralelas sobre fatores históricos, maneiras de pensar da época, por exemplo”, afirma, Maria Cecilia Materon Botelho, diretora pedagógica da SEE-SAW/Panamby Bilingual School.

DISLEXIA

Sintomas e Sinais

Na Primeira Infância:

1 - atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e andar;
2 - atraso ou deficiência na aquisição da fala, desde o balbucio á pronúncia de palavras;
3 - parece difícil para essa criança entender o que está ouvindo;
4 - distúrbios do sono;
5 - enurese noturna;
6 - suscetibilidade à alergias e à infecções;
7 - tendência à hiper ou a hipo-atividade motora;
8 - chora muito e parece inquieta ou agitada com muita freqüência;
9 - dificuldades para aprender a andar de triciclo;
10 - dificuldades de adaptação nos primeiros anos escolares.

Pesquisas científicas neurobiológicas recentes concluiram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Quando este sintoma está associado a outros casos familiares de dificuldades de aprendizado - dislexia é, comprovadamente, genética, afirmam especialistas que essa criança pode vir a ser avaliada já a partir de cinco anos e meio, idade ideal para o início de um programa remediativo, que pode trazer as respostas mais favoráveis para superar ou minimizar essa dificuldade.

A dificuldade de discriminação fonológica leva a criança a pronunciar as palavras de maneira errada. Essa falta de consciência fonética, decorrente da percepção imprecisa dos sons básicos que compõem as palavras, acontece, já, a partir do som da letra e da sílaba. Essas crianças podem expressar um alto nível de inteligência, "entendendo tudo o que ouvem", como costumam observar suas mães, porque têm uma excelente memória auditiva. Portanto, sua dificuldade fonológica não se refere à identificação do significado de discriminação sonora da palavra inteira, mas da percepção das partes sonoras diferenciais de que a palavra é composta. Esta a razão porque o disléxico apresenta dificuldades significativas em leitura, que leva a tornar-se, até, extremamente difícil sua soletração de sílabas e palavras. Por isto, sua tendência é ler a palavra inteira, encontrando dificuldades de soletração sempre que se defronta com uma palavra nova.


A Partir dos Sete Anos de Idade:

1 - pode ser extremamente lento ao fazer seus deveres:
2 - ao contrário, seus deveres podem ser feitos rapidamente e com muitos erros;
3 - copia com letra bonita, mas tem pobre compreensão do texto ou não lê o que escreve;
4 - a fluência em leitura é inadequada para a idade;
5 - inventa, acrescenta ou omite palavras ao ler e ao escrever;
6 - só faz leitura silenciosa;
7 - ao contrário, só entende o que lê, quando lê em voz alta para poder ouvir o som da palavra;
8 - sua letra pode ser mal grafada e, até, ininteligível; pode borrar ou ligar as palavras entre si;
9 - pode omitir, acrescentar, trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas;
10 - esquece aquilo que aprendera muito bem, em poucas horas, dias ou semanas;
11 - é mais fácil, ou só é capaz de bem transmitir o que sabe através de exames orais;
12 - ao contrário, pode ser mais fácil escrever o que sabe do que falar aquilo que sabe;
13 - tem grande imaginação e criatividade;
14 - desliga-se facilmente, entrando "no mundo da lua";
15 - tem dor de barriga na hora de ir para a escola e pode ter febre alta em dias de prova;
16 - porque se liga em tudo, não consegue concentrar a atenção em um só estímulo;
17 - baixa auto-imagem e auto-estima; não gosta de ir para a escola;
18 - esquiva-se de ler, especialmente em voz alta;
19 - perde-se facilmente no espaço e no tempo; sempre perde e esquece seus pertences;
20 - tem mudanças bruscas de humor;
21 - é impulsivo e interrompe os demais para falar;
22 - não consegue falar se outra pessoa estiver falando ao mesmo tempo em que ele fala;
23 - é muito tímido e desligado; sob pressão, pode falar o oposto do que desejaria;
24 - tem dificuldades visuais, embora um exame não revele problemas com seus olhos;
25 - embora alguns sejam atletas, outros mal conseguem chutar, jogar ou apanhar uma bola;
26 - confunde direita-esquerda, em cima-em baixo; na frente-atrás;
27 - é comum apresentar lateralidade cruzada; muitos são canhestros e outros ambidestros;
28 - dificuldade para ler as horas, para seqüências como dia, mês e estação do ano;
29 - dificuldade em aritmética básica e/ou em matemática mais avançada;
30 - depende do uso dos dedos para contar, de truques e objetos para calcular;
31 - sabe contar, mas tem dificuldades em contar objetos e lidar com dinheiro;
32 - é capaz de cálculos aritméticos, mas não resolve problemas matemáticos ou algébricos;
33 - embora resolva cálculo algébrico mentalmente, não elabora cálculo aritmético;
34 - tem excelente memória de longo prazo, lembrando experiências, filmes, lugares e faces;
35 - boa memória longa, mas pobre memória imediata, curta e de médio prazo;
36 - pode ter pobre memória visual, mas excelente memória e acuidade auditivas;
37 - pensa através de imagem e sentimento, não com o som de palavras;
38 - é extremamente desordenado, seus cadernos e livros são borrados e amassados;
39 - não tem atraso e dificuldades suficientes para que seja percebido e ajudado na escola;
40 - pode estar sempre brincando, tentando ser aceito nem que seja como "palhaço" ;
41 - frustra-se facilmente com a escola, com a leitura, com a matemática, com a escrita;
42 - tem pré-disposição à alergias e à doenças infecciosas;
43 - tolerância muito alta ou muito baixa à dor;
44 - forte senso de justiça;
45 - muito sensível e emocional, busca sempre a perfeição que lhe é difícil atingir;
46 - dificuldades para andar de bicicleta, para abotoar, para amarrar o cordão dos sapatos;
47 - manter o equilíbrio e exercícios físicos são extremamente difíceis para muitos disléxicos;
48 - com muito barulho, o disléxico se sente confuso, desliga e age como se estivesse distraído;
49 - sua escrita pode ser extremamente lenta, laboriosa, ilegível, sem domínio do espaço na página;
50 - cerca de 80% dos disléxicos têm dificuldades em soletração e em leitura.


Crianças disléxicas apresentam combinações de sintomas, em intensidade de níveis que variam entre o sutil ao severo, de modo absolutamente pessoal. Em algumas delas há um número maior de sintomas e sinais; em outras, são observadas somente algumas características. Quando sinais só aparecem enquanto a criança é pequena, ou se alguns desses sintomas somente se mostram algumas vezes, isto não significa que possam estar associados à Dislexia. Inclusive, há crianças que só conquistam uma maturação neurológica mais lentamente e que, por isto, somente têm um quadro mais satisfatório de evolução, também em seu processo pessoal de aprendizado, mais tardiamente do que a média de crianças de sua idade.


Pesquisadores têm enfatizado que a dificuldade de soletração tem-se evidenciado como um sintoma muito forte da Dislexia. Há o resultado de um trabalho recente, publicado no jornal Biological Psychiatry e referido no The Associated Press em 15/7/02, onde foram estudadas as dificuldades de disléxicos em idade entre 7 e 18 anos, que reafirma uma outra conclusão de pesquisa realizada com disléxicos adultos em 1998, constando do seguinte:
que quanto melhor uma criança seja capaz de ler, melhor ativação ela mostra em uma específica área cerebral, quando envolvida em exercício de soletração de palavras. Esses pesquisadores usaram a técnica de Imagem Funcional de Ressonância Magnética, que revela como diferentes áreas cerebrais são estimuladas durante atividades específicas. Esta descoberta enfatiza que essa região cerebral é a chave para a habilidade de leitura, conforme sugerem esses estudos.

Essa área, atrás do ouvido esquerdo, é chamada região ocipto-temporal esquerda. Cientistas que, agora, estão tentando definir que circuitos estão envolvidos e o que ocorre de errado em Dislexia, advertem que essa tecnologia não pode ser usada para diagnosticar Dislexia.

Esses pesquisadores ainda esclarecem que crianças disléxicas mais velhas mostram mais atividade em uma diferente região cerebral do que os disléxicos mais novos. O que sugere que essa outra área assumiu esse comando cerebral de modo compensatório, possibilitando que essas crianças conseguiam ler, porém somente com o exercício de um grande esforço.














Inclusão

       Sempre fomos diferentes uns dos outros, porém afirmamos que somos todos iguais. E somos, embora sejamos diferentes.
      Somos seres humanos, com dois braços, duas pernas, uma cabeça, e por isso somos iguais, porém temos diversas tonalidades de pele, de cor de olhos, de formato de cabeça e por isso somos diferentes.       Todos possuímos um cérebro e por isso somos iguais, porém em cada crânio, o cérebro funciona de forma exclusiva, e por isso somos diferentes.
Esta dicotomia se deve à dificuldade que o ser humano tem em lidar com o diferente. Desde que o mundo é mundo sempre houve a preocupação em se massificar. Esta sempre foi a grande fórmula para se obter a ordem e o convívio social.
      Em detrimento de sermos considerados iguais é que os diferentes sempre foram banidos, encarcerados, queimados, executados como: Sócrates, Joana D’Arc, Tiradentes, os deficientes físicos, entre tantos.
      Então é criada a Declaração de Salamanca (1994) possibilitando o ingresso dos portadores de necessidades especiais, Disturbios ou Transtornos nas escolas normais.
      É o convívio entre os diferentes.
      Será que não deveria ter sido assim desde o início? Será que não deveria, o professor, ter sempre um olhar especial para cada aluno, ao invés de enxergar a sala de aula como um todo, massificando-os?
      Foi preciso incluir para que se enxergasse que todos merecem um olhar especial.
      É claro que existem professores que ainda encaram a inclusão como a prática de se colocar o aluno especiais junto dos não portadores.
       Porém, incluir é muito mais do que aceitar.
       É olhar e enxergar o aluno como sendo único. É entender que cada um tem o seu tempo, o seu desenvolvimento e que deve ser motivado sempre.
       Incluir é se dispor a aceitar que o resultado apresentado pode ter sido o que de melhor o aluno pôde fazer e continuar a incentivá-lo para que faça cada vez melhor.
Incluir é enxergar cada um como único, porém como parte de um todo.

Síndrome de Tourette

      Você já ouviu falar sobre a Síndrome de Tourette? Pode até não ter ouvido com este nome, mas tenho certeza que você já teve contato ou até vivenciou isso quando era pequena. Trata-se dos tão famosos “cacoetes” ou “tiques nervosos”.
      A Síndrome de Tourette é um distúrbio que se inicia, normalmente, na infância. Isto não quer dizer que o adulto também não possa desenvolver, mas é comum iniciar em crianças a partir dos dois anos de idade.
      Ela é mais comum do que se imagina. Uma pessoa entre cem pode apresentar a Síndrome, e 15% delas apresentam a coprolalia que é o dizer, involuntariamente, obscenidades em voz alta.
      O tique é definido como uma contração muscular involuntária, espasmódica que acontece de forma súbita nas regiões centrais do corpo como o rosto, pescoço, ombros e faringe. A Síndrome de Tourette pode ser classificada em dois grupos: os motores onde o indivíduo pisca repetidas vezes, ou faz caretas, repuxa a cabeça, encolhe os ombros a todo o momento; bem como os sonoros onde o indivíduo emite sons involuntários e repetitivos como o pigarrear constante, o estalar de língua, o sugar a saliva, tossir, fungar, assoviar e suspirar bem como pode repetir palavras ou frases ditas por outrem ou mesmo palavras obcecas fora do contexto. A criança pode apresentar o tique motor sem apresentar o sonoro e vice-e-versa.
      Estes tiques são repetidos inúmeras vezes durante o dia, por anos. Eles tornam-se mais frequentes quando a criança está ansiosa, tensa ou depressiva, e podem desaparecer por um tempo em razão de uma fase mais tranquila, porém volta com toda a sua força em razão de estresse.
      Crianças que apresentam a Síndrome de Tourette têm inteligencia normal, mas apresentam maior probabilidade de serem hiperativas ou desatentas.
      A Terapia Cognitivo Comportamental pode ajudar a criança a relaxar dando-lhe apoio emocional, uma vez que, o transtorno se apresenta mais acentuado em épocas de provas ou exposições a que a criança esteja envolvida. Levando em conta o nervosismo e estresse que estas situações provocam, há o aumento significativo do acesso de tiques num tempo contínuo dificultando e atrasando a realização das prova e comprometendo seu desempenho em outras situações.
      A criança que apresenta a Síndrome de Tourette é um adulto propenso a desenvolver TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), onde o indivíduo é envolvido por pensamentos, imagens ou impulsos que lhe causam desconforto e ansiedade e por esta razão desenvolvem rituais voluntários e repetitivos, que quando realizados, lhe causam, momentaneamente, a sensação de tranquilidade.         Dentre muitas das obsessões desenvolvidas está a preocupação excessiva com a limpeza onde a pessoa lava as mãos repetidas e inúmeras vezes. Desenvolve hábitos de não pisar nas riscas das calçadas, não usar determinada cor, pois pode lhe causar “azar” e tantas outras que caso não sejam realizadas provocam a sensação de medo e aflição que são revertidas com a sua realização.
      Não há cura para a Síndrome de Tourette, porém existem tratamentos que podem ser realizados através de terapia comportamental, estimulação profunda do cérebro e em alguns casos mais graves, o uso de medicação.

Você já teve algum aluno(a) que tivesse apresentado sintomas desta síndrome?

Relate para nós. educarpsicopedagogia@hotmail.com  Toda contribuição é muito importante.

Professor multitarefa

A nova geração é chamada de Geração "y", Nativo Digital e Geração Multitarefa por ter se desenvolvido em meio aos avanços tecnológicos, sendo estimulada por inúmeras atividades e tarefas múltiplas. Consegue fazer as tarefas escolares ouvindo música com o fone em um dos ouvidos e no outro usando o celular. Fazem tudo isso assistindo a televisão, e se você perguntar sobre cada uma das informações obtidas através de cada uma destas ações ele sabe te responder com exatidão.

Foi a convivência desta geração com os professores em sala de aula que começou a gerar um bordão de conflito de que os mesmos não conseguem acompanhar o ritmo frenético do aluno "nativo digital Y multitarefa" e que por isto estão ultrapassados.

Será que o professor precisa agir da mesma forma para mostrar que é um profissional multitarefa e que está longe de ser ultrapassado?

Será que se o professor ministrar a aula falando ao celular, ouvindo música com fone de ouvido, lendo revista sobre educação, mandando torpedos para sua outra turma e usando seu laptop conseguirá promover uma aprendizagem de qualidade?

Será que o aluno se sentirá motivado tendo um professor com esta conduta?

O professor em sala de aula, antes mesmo desta geração e do uso de qualquer recurso tecnológico, sempre foi multitarefa estimulando perguntas para desenvolver o raciocínio e a criatividade, propondo desafios, promovendo o compartilhar e o repartir propiciando oportunidades para todos, sanando dúvidas, ajudando o aluno a vencer a dificuldade mesmo tendo em sala 35 ou até 40 alunos.

O professor, se necessário, não hesita em se tornar artista, pintor, desenhista, confidente, psicólogo, cabeleireiro, babá, enfermeiro, esportista, modelador, escultor e amigo dentre tantas outras ações.

O professor sabe lidar com a diversidade e com a dificuldade de aprendizagem acreditando que o aluno é sempre capaz de alcançar um bom desempenho. Sabe incentivar a autonomia e a responsabilidade como princípios fundamentais para a sua formação. Desenvolve o senso crítico, o pensar, o agir e o acreditar. Enfim, forma indivíduos criativos.

Além de realizar todas estas ações com relação aos alunos o professor estuda e se dedica para melhorar seu desempenho profissional a cada dia. Abre espaço para ter o aluno como seu parceiro quando o assunto é o uso da tecnologia como mais um recurso para promover a aprendizagem. Propicia com que a aprendizagem seja construída colaborativamente através de um currículo comunicativo e crítico promovendo uma intercomunicação entre o aluno, o professor e o conteúdo.

O professor está trazendo para a sala de aula os recursos tecnológicos para o uso didático e pedagógico e este comportamento está dando origem a uma nova realidade onde professor e aluno se tornam parceiros em prol de um único objetivo - a aprendizagem.

Cybele Meyer- Educadora, pós-graduada em Psicopedagogia Clinica e Institucional.